Tuesday, January 30, 2007
Saturday, January 27, 2007
Importa-se de repetir!?
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Thursday, January 25, 2007
Quietude
Um dos meus refugios!
O som das ondas acalma.
Já não passo sem olhar o mar,
as gaivotas com a sua dança e musica,
o sol de inverno que até aqueçe a alma,
até os dias de chuva
são mais bonitos ;)
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Tuesday, January 23, 2007
Alberto Caeiro
Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.
..................
É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.
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Sunday, January 21, 2007
Tu Nombre es Pecado
Foto de: Ciuco Gutierrez
Te llamo pecado
Mi dulce pecado
Te llamo de nuevo
Te busco otra vez
Te llamo locura
Y existe el deseo
Me entrego completa
Al dolor y al placer
Te llamo pecado
Bendito pecado
Seduces mi cuerpo
Con loca pasión
Deliro en las noches
Mi dulce pecado
Soñando en mi cama
Me lleno de ardor
Amado pecado
Sufrido pecado
Amargo pecado…
Grettha Jim
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Saturday, January 20, 2007
Homenagem a Fiama Hasse Pais Brandão
DO OUTONO II
Sem vento, a minha voz secou
aqui, neste parque de cedros quietos.
Tudo é como ontem era, mas a minha
voz, na minha face, calou-se,
porque só o vento me trazia a fala,
vinda de algures, com notícias de alguém,
indo para além, para outros ouvidos, num país.
Fiama Hasse Pais Brandão (1938-2007)
De: As Fábulas
Labels: Fiama Hasse Pais Brandão, poetry
Friday, January 19, 2007
QUASE
Um pouco mais de sol – eu era brasa,
Um pouco mais de azul – eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho – ó dor! – quase vivido...
Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim – quase a expansão...
Mas na minh’alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo... e tudo errou...
- Ai a dor de ser-quase, dor sem fim... –
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...
Momentos de alma que desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...
Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol – vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...
....................................................
Um pouco mais de sol – e fora brasa,
Um pouco mais de azul – e fora além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO
(cliquem no titulo para ouvir o poema)
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Thursday, January 18, 2007
Gozo os Campos
Photo by: Nuno Milheiro
Gozo os campos sem reparar para eles.
Perguntas-me por que os gozo.
Porque os gozo, respondo.
Gozar uma flor é estar ao pé dela inconscientemente
E ter uma noção do seu perfume nas nossas idéias mais apagadas.
Quando reparo, não gozo: vejo.
Fecho os olhos, e o meu corpo, que está entre a erva,
Pertence inteiramente ao exterior de quem fecha os olhos
À dureza fresca da terra cheirosa e irregular;
E alguma cousa dos ruídos indistintos das cousas a existir,
E só uma sombra encarnada de luz me carrega levemente nas órbitas,
E só um resto de vida ouve.
Alberto Caeiro
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Tuesday, January 16, 2007
Monday, January 15, 2007
Estas Verdades
Estas verdades não são perfeitas porque são ditas.
E antes de ditas pensadas.
Mas no fundo o que está certo é elas negarem-se a si próprias.
Na negação oposta de afirmarem qualquer cousa.
A única afirmação é ser.
E ser o oposto é o que não queria de mim.
Alberto Caeiro
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Sunday, January 14, 2007
Te Espero
Te espero , te espero ¡cada mañana!
busco en la inmensa rutina
un pensamiento que hable de ti.
Levanto la taza
tomo un café en silencio
escucho el cantar del gallo
pero tú ¡no estás allí!
Paseo por el corral
oigo a las cabras berreando
miro al pavo que se acerca
¡y me alegra el colibrí!
Hablo en silencio conmigo
me pregunto tanta cosas
me pregunto si tú piensas
¡tanto como pienso en ti!
Te espero cuando cae la tarde
subo a mirar la estrellas
¡se me cansan los brazos
de extenderlos hacia ti!
Le sonrió a la noche
con la mirada perdida
contemplando ¡aquel ocaso!
sin saber… ¡nada de ti!
Grettha Jim
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Saturday, January 13, 2007
Politica para a nudez
photo by: Javi Oria/ EFE
Así ha posado la teniente de alcalde de Economía del municipio onubense de Lepe, la popular María Dolores Jiménez, para la revista local Lepe Urbana.
Fonte:20minutos
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Friday, January 12, 2007
SONETO DE SEPARAÇÃO
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinícius de Morais - Antonio Carlos Jobim
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Thursday, January 11, 2007
Wednesday, January 10, 2007
Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva
Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego.
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego...
Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece...
Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente...
Fernando Pessoa
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Tuesday, January 09, 2007
Meditação Anciã
Photo by:Miguel Andrade
Aqui eu fui feliz aqui fui terra
aqui fui tudo quanto em mim se encerra
aqui me senti bem aqui o vento veio
aqui gostei de gente e tive mãe
em cada árvore e até em cada folha
aqui enchi o peito e mesmo até desfeito
eu fui aquele que da vida vil se orgulha
Aqui fiquei em tudo aquilo em que passei
um avião um riso uns olhos uma luz
eu fui aqui aquilo tudo até a que me opus
Ruy Belo
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Monday, January 08, 2007
Fuiste tu
Como te ame jamás había amado
¿Sabes? Me ha costado olvidarte
Ha sido imposible entregarme
A otro hombre, con el alma
El frío de tu adiós me ha congelado
La brisa del viento acaricia mis mejillas
Un deje de nostalgia inunda el corazón
Se me ha quedado el alma colgada en las paredes
De tanto pensarte y no decirte adiós
Si mis brazos pudieran desprenderse
Arrancarían de un tajo este vacío
Que has dejado en el umbral de la experiencia
Al enseñarme a conocer tu cuerpo impío
Aunque existan mil hombres parecidos
Ninguno complementa, lo que espero
Te quedaste con mis cartas y mis versos
Voy juntando los pedazos de mi cuerpo
Porque has roto mi alma en mil pedazos
Con tus falsas promesas y mentiras
Me canse de creer en tus palabras
En una comedia se ha convertido mi vida
Grettha Jim
Labels: Grettha Jim, poetry
Sunday, January 07, 2007
As Velas da Memória
Photo by:Lucaz
Quem me deixou de novo aqui sentado à sombra
deste mês de junho? Como te chamas tu
que me enfunas as velas da memória ventilando: «aquela vez...»?
Quando aonde foi em que país?
Que vento faz quebrar nas costas destes dias
as ondas de uma antiga música que ouvida
obriga a recuar a noite prometida
em círculos quebrados para além das dunas
fazendo regressar rebanhos de alegrias
abrindo em plena tarde um espaço ao amor?
Que morte vem matar a lábil curva da dor?
Que dor me faz doer de não ter mais que morrer?
E ouve-se o silêncio descer pelas vertentes da tarde
chegar à boca da noite e responder
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Autografia
photo by: Miguel Fonseca
Sou um homem
um poeta
uma máquina de passar vidro colorido
um copo uma pedra
uma pedra configurada
um avião que sobe levando-te nos seus braços
que atravessam agora o último glaciar da terra
O meu nome está farto de ser escrito na lista dos tiranos: condenado
à morte!
os dias e as noites deste século têm gritado tanto no meu peito que
existe nele uma árvore miraculada
tenho um pé que já deu a volta ao mundo
e a família na rua
um é loiro
outro moreno
e nunca se encontrarão
conheço a tua voz como os meus dedos
(antes de conhecer-te já eu te ia beijar a tua casa)
tenho um sol sobre a pleura
e toda a água do mar à minha espera
quando amo imito o movimento das marés
Mário Cesariny
Labels: Mario Cesariny, photo by Miguel Fonseca, poetry
Friday, January 05, 2007
Jason Silver
NEW: Video for Until the Train Comes
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Wednesday, January 03, 2007
Cinco Palavras, Cinco Pedras
Antigamente escrevia poemas compridos
Hoje tenho quatro palavras para fazer um poema
São elas: desalento prostração desolação desânimo
E ainda me esquecia de uma: desistência
Ocorreu-me antes do fecho do poema
e em parte resume o que penso da vida
passado o dia oito de cada mês
Destas cinco palavras me rodeio
e delas vem a música precisa
para continuar. Recapitulo:
desistência desalento prostração desolação desânimo
antigamente quando os deuses eram grandes
eu sempre dispunha de muitos versos
Hoje só tenho cinco palavras cinco pedrinhas
Ruy Belo
Monday, January 01, 2007
Não Passou
Passou?
Minúsculas eternidades
deglutidas por mínimos relógios
ressoam na mente cavernosa.
Não, ninguém morreu, ninguém foi infeliz.
A mão –a tua mão, nossas mãos–
rugosas, têm o antigo calor
de quando éramos vivos. Éramos?
Hoje somos mais vivos do que nunca.
Mentira, estarmos sós.
Nada, que eu sinta, passa realmente.
É tudo ilusão de ter passado.
Carlos Drummond de Andrade
Labels: Carlos Drummond de Andrade, poetry