SONETO DE SEPARAÇÃO
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinícius de Morais - Antonio Carlos Jobim
Labels: Antonio Carlos Jobim, poetry, Vinicius de Morais
7 moonlovers:
Às vezes é mesmo assim, ou parece ser mesmo assim...
Um beijo
Um abraço da Lua
é, de facto, um soneto: duas quadras e dois tercetos ;-)
Belo. bjs
Pois é Ana as vezes (muitas) é mm assim, beijos.
Lua bemvinda ao Moonlover :)
beijos lunares
João! vejo que percebes de sonetos;)))
Muito bonito, muito sentido e com muito de verdadeiro!
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