Não Passou
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Passou?
Minúsculas eternidades
deglutidas por mínimos relógios
ressoam na mente cavernosa.
Não, ninguém morreu, ninguém foi infeliz.
A mão –a tua mão, nossas mãos–
rugosas, têm o antigo calor
de quando éramos vivos. Éramos?
Hoje somos mais vivos do que nunca.
Mentira, estarmos sós.
Nada, que eu sinta, passa realmente.
É tudo ilusão de ter passado.
Carlos Drummond de Andrade
Labels: Carlos Drummond de Andrade, poetry
2 moonlovers:
nada como começar o ano com um bom poema. continuas em grande! bom ano!
Obrigada ;)
Bom ano para ti tb!
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