Sunday, June 25, 2006

Away!


I'll be away this next week
for life restoring...
please be patien.
I'll hope to be back with
good news
***











photo by:DaveNitsche

Friday, June 23, 2006

Para quando?



Quando é que o cativeiro
Acabará em mim,
E, próprio dianteiro,
Avançarei enfim?

Quando é que me desato
Dos laços que me dei?
Quando serei um facto?
Quando é que me serei?

Quando, ao virar da esquina
De qualquer dia meu,
Me acharei alma digna
Da alma que Deus me deu?

Quando é que será quando?
Não sei. E até então
Viverei perguntando:
Perguntarei em vão.

Fernando Pessoa

Wednesday, June 21, 2006

Livros

Photo by: Foureyes
Os livros são espelhos.
Só se vê neles o que a pessoa tem dentro.

Carlos Ruiz Zafón

Tuesday, June 20, 2006

life

photo by: FourEyes
Life without love is like a tree Without blossom and fruit.
Khalil Gibra

Sunday, June 18, 2006

Mind is the key


Seduce my mind and you can have my body,
Find my soul and I'm yours forever.
Anonymous

Friday, June 16, 2006

Mafalda Arnauth / Corvos

Yesterday night I went to this fantastic new place in Oeiras : Parque dos Poetas
Just to see this also Fantastic band called ''Corvos''
They were invited by Mafalda Arnauth, witch is a Fado'singer.
She is and sings beautifully, together made a great concert,
don't miss the next one...
Because I could not take photos inside, I post here one I took of the Poets' garden!
Also a place to visit.

Thursday, June 15, 2006

Dança Comigo!


Esquece teu dia mal dormido
e a tua noite mal acordada
e dança comigo.
Esquece tua face pálida
e tua melancolia cálida
e dança comigo.
Esquece tuas vidas e dias mal-passados
e teus poucos momentos alados
e dança comigo.
Esquece tua aflição
e dor, agonia e solidão,
pega minha mão
e dança comigo.
(Michele)

Wednesday, June 14, 2006

Eclipse de futebol

Eclipse de futebol. Varios jogadores numa escola de futebol da cidade indiana de Chandigarh.

Tuesday, June 13, 2006

Homenagem a Eugénio de Andrade

As Palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas, são de luz
e são a noite.
E mesmo palidas
verdes paraisos lembram ainda.

Quem as escuta?quem
as recolhe, assim
crueis, desfeitas,
nas suas conchas puras.

Eugénio de Andrade

Monday, June 12, 2006

Vislumbre!


pousado sobre a porta
um pássaro desconhecido e admirável
...na soleira a mancha vegetal de uma flor luminosa
...Onde quer que desfraldem o cântico sereno
rasgam densos limites entre o dia e a noite
Hoje, como nos dias idos dos meus começos, vêm-me abaixo os olhos de água...O vislumbre da liberdade interior, o toque do sagrado expresso nos actos e nos gestos...

do grande poeta caboverdiano,
Daniel Filipe

Saturday, June 10, 2006

Sossega, Coração!


Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.

Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperença a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.

Fernando Pessoa, 2-8-1933.

Wednesday, June 07, 2006

Detrás de cada sueño


Lo extraordinario está también a mi alcance:
en el placer de mirarte,
en la desorientación de tu pelo.
Quizá las cosas sean así detrás de cada sueño.
Ha habido un tiempo
en el que no se dibujaban las palabras
pero sólo las plantas no tienen memoria
aunque, pensándolo mejor,
quizás recuerden una lluvia
más fresca que las otras,
más nutritiva.
Lo extraordinario está también a mi alcance:
en el placer de habitarte,
en la constancia de tu boca.
En este instante,
cada día
es como una reforma.
Dolor conmovedor que lima las aristas.
Por eso quería solicitarte
para tiempos de crisis,
algo de extraordinario,
algo de inexplicable,
algo que esté detrás
de cada uno de mis sueños.
Algo para hojear en la sala de espera de mi vida.

Inmaculada Luna
(Spanish)

Monday, June 05, 2006

Paradise!


I have always imagined that Paradise will be a kind of library.
-- "Poema de los Dones," from El Hacedor
Jorge Luis Borges

Sunday, June 04, 2006

Vida


Cerâmica

Os cacos da vida, colados, formam uma estranha xícara.

Sem uso,

Ela nos espia do aparador.

Drummont Andrade

Saturday, June 03, 2006

photo by: Jowra
"He cometido el peor pecado que un hombre puede cometer. No he sido Feliz."
Jorge Luis Borges

Friday, June 02, 2006

love!

Photo by: Virgilio Amorim
If you have it [love],
you don't need to have anything else.
If you don't have it,
it doesn't matter much what else you do have.

- Sir James M. Barrie -

Thursday, June 01, 2006

Marilyn 80 anos!

Faria hoje 80 anos
Teve o melhor e o pior da vida. Em tudo esteve intensamente.
F.A.

Na morte de Marilyn

Morreu a mais bela mulher do mundo
tão bela que não só era assim bela
como mais que chamar-lhe marilyn
devíamos mas era reservar apenas para ela
o seco sóbrio simples nome de mulher
em vez de marilyn dizer mulher
Não havia no fundo em todo o mundo outra mulher
mas ingeriu demasiados barbitúricos
uma noite ao deitar-se quando se sentiu sozinha
ou suspeitou que tinha errado a vida
ela de quem a vida a bem dizer não era digna
e que exibia vida mesmo quando a suprimia
Não havia no mundo uma mulher mais bela mas
essa mulher um dia dispôs do direito
ao uso e abuso de ser bela
e decidiu de vez não mais o ser
nem doravante ser sequer mulher
O último dos rostos que mostrou era um rosto de dor
um rosto sem regresso mais que rosto mar
e toda a confusão e convulsão que nele possa caber
e toda a violência e voz que num restrito rosto
possa o máximo mar intensamente condensar
Tomou todos os tubos que tinha e não tinha
e disse à governanta não me acorde amanhã
estou cansada e necessito de dormir
estou cansada e é preciso eu descansar
Nunca ninguém foi tão amado como ela
nunca ninguém se viu envolto em semelhante escuridão
Era mulher era a mulher mais bela
mas não há coisa alguma que fazer se certo dia
a mão da solidão é pedra em nosso peito
Perto de marilyn havia aqueles comprimidos
seriam solução sentiu na mão a mãe
estava tão sozinha que pensou que a não amavam
que todos afinal a utilizavam
que viam por trás dela a mais comum imagem dela
a cara o corpo de mulher que urge adjectivar
mesmo que seja bela o adjectivo a empregar
que em vez de ver um todo se decidia dissecar
analisar partir multiplicar em partes
Toda a mulher que era se sentiu toda sozinha
julgou que a não amavam todo o tempo como que parou
quis ser até ao fim coisa que mexe coisa viva
um segundo bastou foi só estender a mão
e então o tempo sim foi coisa que passou

Ruy Belo